sexta-feira, 25 de julho de 2014

Côr de beringela


A beringela é um fruto que levou algum tempo a cativar-me. A pele lisinha e brilhante com aquela côr roxa, bem escura, que não sabemos bem definir, tornava-a tentadora. Mas, o sabor muitas vezes amargo e pouco característico, não era dos meus preferidos. Combiná-la com quê?

A forma mais comum de a cozinhar é passá-la por ovo e farinha e fritar, o que também não me agrada muito. Mas, procurando um pouco, rapidamente encontrei várias receitas com beringela. Já aqui publiquei um Dip de beringela que faz sempre sucesso, Beringelas recheadas e Beringelas à parmigiana. As beringelas foram uma conquista tardia mas sólida.

De facto, a beringela é um fruto interessante do ponto de vista nutricional: 100 g fornecem apenas 16 kcal, tem uma quantidade apreciável de fibra alimentar e uma grande variedade de vitaminas e sais minerais.

É da família do tomate e do pimento mas a beringela foi mais vaidosa a vestir-se, de tal forma que a sua côr, difícil de definir, deu origem à côr de beringela.

Na minha mini horta já tenho uma planta de beringela com dois frutos a crescer. Reparem como estão lindas!




Com este calorzinho daqui a uns dias serão transformadas numa entradinha, que também pode ser servida como prato principal em conjunto com outros petiscos. 


Torres de beringela:

Cortar as beringelas (2) em fatias com cerca de 1 cm de espessura. Colocar num recipiente, polvilhar com sal grosso e deixar cerca de 20 minutos para perderem o amargo. 
Entretanto, corte 4 a 5 tomates maduros em cubos e coloque numa frigideira ao lume, sem azeite, para cozer até estar quase desfeito.Tempere com sal.
Passe as fatias de beringela por água, escorra bem e grelhe-as de ambos os lados.
Coloque num copo o tomate, adicione oregãos e triture com a varinha mágica.
Corte um queijo chévre em fatias finas. 
Num recipiente que possa ir ao forno coloque uma fatia de beringela, uma colher de sopa de molho de tomate e uma fatia de queijo. Repita as camadas e segure a "torre" com 2 palitos. Faça várias "torres" até gastar todos os ingredientes
Leve ao forno a gratinar, para o queijo derreter e ficar tostadinho.
(Receita da Filipa Gomes - 24Kitchen)



 

O Verão tem destas coisas! Frutos cheios de côr, dias que se prolongam num entardecer lento e preguiçoso com petiscos com a família e com os amigos.
 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Com glúten ou sem glúten?


Ultimamente parece que o glúten se transformou em "persona non grata". Surge uma diversidade de receitas e produtos alimentares isentos de glúten que, devido a esse facto, são conotados como produtos saudáveis.

Mas afinal o que é o glúten

O glúten é uma proteína vegetal, que existe em quantidade apreciável no trigo e no centeio, em menor quantidade na aveia e na cevada e que está ausente no milho e no arroz.

Quando se amassa o pão, as proteínas da farinha (o glúten) que inicialmente se encontram bastante "desarrumadas", começam a organizar-se e formam uma rede elástica. Esta rede é a responsável pelo aumento de volume do pão durante a fermentação, pois é nesta rede que fica aprisionado o dióxido de carbono produzido pelas leveduras. É por esta razão que o pão de trigo e de centeio é um pão fofinho e a broa de milho é compacta - não tem glúten, logo, não retém o dióxido de carbono.

A proteína vegetal, neste caso o glúten, também é importante pelo contributo que significa para a dose diária de proteína de que necessitamos. O pão de trigo tem cerca de 8% de proteína com a vantagem de ser uma proteína "limpa". Isto quer dizer que, ao contrário da proteína animal que transporta sempre associada alguma (ou muita) gordura, a proteína vegetal não se faz acompanhar de gordura.

Então porquê esta má fama do glúten?

Há de facto pessoas a quem o glúten faz mal, são os doentes celíacos. Quando ingerem glúten, o sistema imunológico  responde, danificando a mucosa do intestino e comprometendo a absorção dos restantes nutrientes. É uma doença do tipo alérgico e a única forma de a controlar é eliminar o glúten da alimentaçao. E acreditem, não é fácil fazer uma alimentação isenta de glúten. Está presente por todo o lado, onde menos esperamos: iogurtes, queijos industriais, enlatados, salsichas, molhos, sobremesas instantâneas, gelados, etc.

Só os doentes celíacos devem retirar o glúten da alimentação. Todas as outras pessoas, já que têm a sorte de não ser intolerantes ao glúten, podem e devem comer alimentos com esta proteína. Um alimento muito utilizado na alimentação vegetariana, o seitan, não é mais do que "puro" glúten.

Uma entrada que vai deixar a casa bem perfumada e com glúten, pois então:


Foccacia de alecrim:

500 g farinha de trigo 65
315 ml de água
1 saqueta de fermento de padeiro desidratado
1 colher de sopa de açúcar
1/2 colher de sopa de sal fino
3 colheres de sopa de azeite
alecrim fresco
sal grosso q.b.

Disolver o fermento de padeiro na água morna, adicionar o açúcar, o sal e o azeite. Acrescentar a farinha e misturar com um garfo. Adicionar alecrim picadinho e misturar bem.

Colocar a massa na mesa e amassar bem durante cerca de 10 min. (esticar e dobrar). 

Alternativa Bimby - misturar os líquidos 30 seg, vel 3; adicionar a farinha e o alecrim e programar 15 seg, vel 6 e de seguida 2 minutos na velocidade espiga.

Colocar a massa numa taça untada com azeite a levedar, tapada com película aderente, durante cerca de 1 h.

Untar um tabuleiro com azeite e transferir a massa para o tabuleiro, sem a amachucar. Esticar para que ocupe toda a superfície do tabuleiro. Polvilhar a foccacia com mais alecrim picadinho, pedrinhas de sal grosso e um fio de azeite.

Vai ao forno a 200ºC durante cerca de 30 min.

Servir com uma mistura de azeite e vinagre balsâmico para molhar a foccacia.


 
Uma entradinha bem saudável e COM glúten