segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Manteiga ou margarina? Fazem-me esta pergunta muitas vezes e apesar de saber que a resposta é polémica, não hesito em responder: manteiga, mas com moderação.

De facto a manteiga é muito rica em gorduras saturadas que o nosso organismo necessita em quantidades bem pequeninas. Quando em excesso contribuem para o aumento do "mau colesterol". As margarinas seriam, há partida, mais saudáveis pois resultam de óleos vegetais ricos em gorduras insaturadas. No entanto, para que os óleos vegetais, líquidos à temperatura ambiente, se transformem em produtos de consistência pastosa (margarinas) é necessário que sofram transformações promovidas por temperaturas elevadas. Nestes processos formam-se gorduras trans, sólidas à temperatura ambiente, muito estáveis e pouco saudáveis. As gorduras trans fazem subir o mau colesterol, baixam o bom, aumentam os triglicéridos, em suma, quanto mais longe melhor...

A indústria alimentar tem uma visão um pouco diferente das gorduras trans: são muito mais estáveis que os óleos vegetais, o que permite um prazo de conservação dos produtos mais alargado; contribuem para a textura e consistência dos produtos alimentares (bolos, biscoitos e bolachas) e são mais económicas que as gorduras saturadas.

E nós, consumidores, como podemos fazer uma boa escolha?
Muito pouco... quase nada... ou talvez muito!

A legislação que define as regras da rotulagem não obriga a informar se as gorduras vegetais foram ou não transformadas, o que permite ocultar a presença de gorduras trans nos alimentos. O consumidor pode adquirir um produto porque vê no rótulo que tem gorduras vegetais e estar a comprar gorduras trans. 

Podemos fazer muito se controlarmos, nós próprios, o tipo e a quantidade de gorduras que ingerimos. A sugestão de hoje são uns Muffins de Fiambre, ótimos para o lanche da manhã ou da tarde de miúdos e graúdos. Costumo congelá-los e vou retirando os que necessito. Em meia hora fora do congelador ficam prontos a comer. Gorduras trans? Quase nada...


Muffins de fiambre:

2 chávenas de farinha, 2 ovos, 2 colheres de sopa de manteiga, 1 chávena de leite bem cheia, 2 colheres de sopa de fermento em pó, 200 g de fiambre picado.

Misture a farinha com o fermento. Junte a manteiga partida em lamelas e esfarele a manteiga com a farinha com a ponta dos dedos. Numa taça bata ligeiramente os ovos com o leite. Adicione à farinha e misture sem bater muito. Deve mexer o menos possível só para incorporar a farinha com os líquidos sem deixar grumos. Adicione o fiambre picado e envolva. Encha forminhas de queque, previamente untadas, até 2/3 da altura. Se forem de silicone coloque diretamente na forma. Coloque por cima algumas sementes de abóbora ou de girassol. Leve ao forno pré-aquecido a 150ºC durante cerca de 20/30 minutos, até estarem cozidos e douradinhos.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Na alimentação diária devemos incluir alimentos que contenham os 7 grupos de nutrientes: proteínas, hidratos de carbono, lípidos, vitaminas, sais minerais, fibras e água. É fácil, são 7 como os dias da semana, as notas de música e as cores do arco-íris.

As proteínas são, por excelência, os construtores do organismo daí que sempre se deu muita importância à carne e ao peixe como alimentos a incluir nas principais refeições. Estes alimentos, num passado não muito longínquo, não eram presença diária na mesa de todas as famílias. Há duas centenas de anos não havia a disponibilidade destes alimentos como atualmente, em parte devido a limitações dos métodos de conservação.  Por outro lado, sempre foram alimentos com um custo mais elevado quando comparado com os restantes alimentos. 

Hoje em dia a realidade é diferente e a maior parte da população de Portugal consome mais proteína do que necessita. Uma pessoa adulta precisa aproximadamente de um grama de proteína por cada quilograma de peso, ou seja um adulto com 60 quilogramas de peso necessita diariamente de 60 gramas de proteína. Uma criança necessita de um pouco mais, entre 1,5 a 1,8 grama de proteína por quilograma de peso.

O excesso de proteína é transformado pelo nosso organismo em tecido adiposo e ureia, esta última eliminada pelos rins. Daí, poderem surgir problemas renais associados ao consumo excessivo de proteína, uma dessas manifestações é conhecida por "gota".

Para satisfazer as necessidades de proteína bastaria fazer uma refeição modesta de carne ou peixe diariamente, é que os vegetais também são muito ricos em proteína e contribuem com uma parcela significativa para a dose diária deste nutriente. Já para não falar nos laticínios: leite, iogurte e queijo.

Privilegiando a qualidade à quantidade, deixo hoje uma receita um pouco mais elaborada e que tem a particularidade de incluir carne e peixe em simultâneo. Experimentem que vale a pena!


Lombinho de porco recheado com camarão:

Lombinho de porco aberto (pedi no talho para abrirem para rechear); sal, pimenta e noz moscada q.b.; 150 g de miolo de camarão; 40 ml de azeite; meio molho de coentros.

Temperar o lombinho de porco com sal, pimenta e noz moscada. Saltear os camarões no azeite e quase no final acrescentar os coentros picadinhos. Colocar os camarões sobre o lombinho aberto e reservar o azeite com os coentros. Enrolar os lombinhos com os camarões lá dentro e colocar sobre uma folha de papel de alumínio. Enrolar, fechar bem e levar ao forno aquecido a 180ºC durante 30 minutos. Retirar o lombinho do papel de alumínio, fatiar com cuidado para o camarão não sair, regar com o azeite com os coentros e levar mais 5 minutos ao forno. 


Servi com abóbora assada (AQUI) e arroz amarelinho (AQUI).



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Conta a fábula que, enquanto a formiguinha trabalhou todo o Verão para encher a despensa, a cigarra, ignorando os conselhos da sua amiga, passou a estação a cantar. Nunca gostei muito desta fábula, porque adoro ouvir o barulho das cigarras, por vezes quase ensurdecedor, nas noites de Verão e porque sempre que vejo uma formiguinha a passear na minha cozinha, trato de a expulsar o mais rapidamente possível. 

No entanto acabo por ser mais uma formiguinha do que uma cigarra! Nesta altura do ano, a minha despensa está cheia de frascos de molho de tomate que fui fazendo com a produção de tomate da minha horta MyFarm.  Como são de agricultura biológica, muitos apresentavam vestígios de "intrusos" acabando por serem transformados em molho de tomate. 

Este é o principal ingrediente para os meus jantares fast-food. Com o molho de tomate (MT) já preparado, rapidamente se fazem vários pratos como por exemplo:
  • Coxas de frango em MT - deixar cozinhar as coxas de frango no molho de tomate durante cerca de 20 minutos.
  • Lombos ou medalhões de pescada em MT - deixar descongelar o peixe e cozer no molho durante 15 minutos.
  • Massinha de peixe - cozer a massinha em água e sal (cotovelos pequenos); cozinhar o peixe descongelado e partido aos cubos no molho de tomate durante 15 minutos; a 5 minutos do final adicionar camarões sem casca; no final da cozedura acrescentar a massinha e alguma água onde a massa cozeu para ficar com algum caldo; adicionar coentros picados.
  • Massa (pode ser qualquer tipo de massa) com atum e MT - cozer a massa em água e sal; num wook colocar a massa, o atum e o azeite da lata; pode adicionar milho ou rodelas fininhas de curgete cortadas no utensílio das batatas pala-pala ou espinafres ou cogumelos; adicionar molho de tomate e envolver; se for necessário pode acrescentar um pouco de água de cozer a massa.
  • Massa com gambas e molho de tomate - igual ao atum substituindo o atum por gambas sem casca; pode adicionar berbigão, ameijoas ou mexilhões.
  • Carne à bolonhesa - adicionar a carne picada ao molho de tomate e deixar cozer 15 minutos. 
 
Estas são as minhas refeições fast-food. Normalmente, uma vez por semana há fast-food cá em casa e acreditem que é mesmo rápido, se encomendarem uma pizza demora mais tempo. Quando o molho de tomate acabar tenho duas hipóteses ou sigo o exemplo da cigarra ou ponho mãos à obra e confeciono mais molho de tomate. Apesar desta fábula não ser das minhas favoritas acho que vou imitar novamente a formiguinha mas, ao contrário do que diz a história, vou abrir a porta à cigarra e peço-lhe para cantar enquanto cozinho.


Molho de tomate:

1 cebola média, 2 dentes de alho, 1Kg de tomate, 1 pimento verde, 30 g de azeite, sal, pimenta, noz-moscada e oregãos a gosto.

Coloque a cebola e os dentes de alho picados numa panela adicone o azeite e o tomate cortado em cubos. Como normalmente faço na Bimby deixo o tomate com pele. Acrescente o pimento em cubos pequenos e leve ao lume. Tempere  com sal, pimenta, noz moscada e oregãos e deixe cozinhar durante 30 minutos mexendo de vez em quando. No final triture com a varinha mágica e guarde em frascos.

Na Bimby é só colocar tudo lavado e inteiro, triturar 15 seg/vel 5 e programar 30 min/100ºC/vel 2. Triturar no final 20 seg/vel 6.
 
Escaldo os frascos e as tampas com água a ferver. Retiro a água, encho com o molho de tomate bem quente, tapo e inverto os frascos até arrefecerem por completo.

Desta forma pode guardar os frascos na despensa por vários meses.