sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

"An apple a day keeps the doctor away" - não sei quem é o autor desta frase mas tenho a certeza de que não é mais um mito alimentar sem qualquer fundamento.

A maçã é sem dúvida um fruto espantoso. Em primeiro lugar porque no nosso país são produzidas diferentes variedades em larga escala: maçã de Alcobaça, Bravo de Esmolfe, Reineta e muitas outras. Apesar de ser considerado um fruto de inverno, está disponível quase todo o ano, só mesmo nos meses de verão (julho, agosto e setembro) é que não há produção em Portugal para comercialização. 

A riqueza nutricional da maçã deve-se à sua intensa atividade antioxidante, resultado dos inúmeros compostos fenólicos e flavonóides que possui. Aliado a este benefício também é importante referir a sua riqueza em fibras, sobretudo presentes na casca. Se for de produção biológica ou mesmo de produção integrada não há razão para a descascar, pode lavá-la muito bem e consumir com a casca. As fibras alimentares que possui vão ajudar a regular o apetite e diminuir os níveis de colesterol.

Para mim, a maçã, é também aquele fruto que se pode atirar para o fundo da mala, coabitando com as chaves, bolsinhas várias, brinquedos, consolas, contas de supermercado e outras coisas afins que "crescem" no fundo das malas das mães. A meio da manhã, é eleita para tapar aquele buraquinho que começa a aparecer no estômago evitando assim outras tentações menos saudáveis.

Entre todas as variedades de maçãs, a mais interessante é a maçã reineta. Não tem as cores bonitas e brilhantes das outras variedades mas supera-as em riqueza nutricional - o patinho feio das maçãs. Não é muito agradável de comer "à dentada" mas com uma ajudinha transforma-se numa sobremesa deliciosa.


Maçã reineta assada com sumo de laranja e mel:

6 maçãs reinetas, sumo de uma laranja grande ou duas pequenas, 2 colheres de sopa de mel, canela q.b.

Lavar muito bem as maçãs em água corrente, cortar em 4 quartos, retirar o caroço e cortar cada quarto ao meio no sentido transversal (não descascar).
Colocar num tabuleiro, polvilhar com canela, espalhar o mel por cima e regar com o sumo de laranja.
Vai ao forno a 180ºC durante cerca de 20 minutos. Depende da qualidade das maçãs e do gosto de cada um. Eu gosto quando as maçãs se estão a desfazer e algumas partes começam a ficar tostadinhas.

É bom quente ou frio e pode ainda polvilhar com amêndoa triturada e tostada.

         
E o patinho feio transformou-se em cisne...


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Um dos alimentos que mais se desperdiça é o pão. Todos gostam do pão fresquinho, ou seja, quentinho. Por isso, passar na padaria ao fim da tarde, antes do regresso a casa, e trazer um pãozinho da fornada da tarde, ainda quente, é uma tentação. Apetece dar-lhe logo uma dentada tal é o cheirinho que emana. Os restos do pão do dia anterior acabam por ficar esquecidos até que um Sr. Bolor se instala comodamente e aí lá vai o pão para o caixote do lixo.

Já foi assim cá em casa mas agora não se desperdiça nada. O ritual de passar na padaria ao fim da tarde mantém-se mas o que sobra do pão é logo fatiado e congelado.

Como se usa o pão congelado?

  • Os lanches que é preciso levar para a escola no dia seguinte são feitos com este pão ainda congelado. Desde que são preparados até serem comidos, a meio da manhã, o pão descongela e fica ótimo.
  • As torradinhas da manhã também são feitas com pão congelado. Diretamente do congelador para a torradeira. Perfeitas!...
  • Quando se liga o forno para um cozinhado, retira-se o pão do congelador durante cerca de meia hora, corta-se em cubinhos e coloca-se num tabuleiro do forno até estar tostadinho. Estes croutons são muito bons em sopas ou saladas.
  • As partes mais irregulares podem ser trituradas isoladamente ou com coentros e alho ou ainda com outras ervas aromáticas (oregãos, tomilho, salsa). Tritura-se ainda congelado e vai ao forno num tabuleiro, bem espalhado, para secar e tostar um pouco. Guarda-se num frasco hermético e usa-se como o pão ralado. Eu gosto dele com uma textura mais grosseira que o vulgar pão ralado de compra.  

Como vêm, não se consegue desperdiçar pão cá em casa. Pelo contrário, já tenho comprado pão com o objetivo de o congelar ou ainda fazer pão para fatiar e congelar.

Um dos destinos do pão ralado são estas deliciosas e rápidas almôndegas de salsicha de perú. Mais saudáveis que as almôndegas de vitela ou porco e não menos saborosas.


Almôndegas de salsicha de perú em molho de tomate:

8 salsichas de perú, pão ralado q.b., 20 ml de azeite, molho de tomate (receita AQUI)

Retirar a pele exterior das salsichas e dividir cada salsicha em 4 partes iguais. Com a ajuda de pão ralado moldar almôndegas redondinhas. Envolvê-las bem em pão ralado e reservar. Preparar desta forma todas as salsichas. 
Numa frigideira larga e alta colocar o azeite, deixar aquecer e colocar as almôndegas virando frequentemente até estarem douradas a toda a volta. Adicionar cerca de 300 ml de molho de tomate já preparado  e deixar ferver cerca de 5 minutos. 
Está prontinho a servir sobre um arroz branco. 







 Rápido, não é?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"Com a verdade me enganas" diz o povo e acerta em cheio quando se fala de rotulagem.  

Numa das últimas idas ao supermercado em que precisava de comprar bolachas, decidi investigar os rótulos com o objetivo de variar um pouco além das Maria, torrada e água e sal que geralmente são a escolha. Encontrei umas simpáticas bolachinhas Maria integral que me pareceram, à primeira vista uma boa alternativa. 

A primeira coisa a fazer foi encontrar os óculos, pois a idade não perdoa e as letrinhas dos rótulos pouco ajudam.

Comparando as bolachas Maria tradicionais com as bolachas Maria integral o cenário é o seguinte:


As bolachas Maria integral têm um pouquinho menos de valor calórico e de açúcares mas muito mais de lípidos, em especial saturados. Claro que têm mais fibra mas é possível ir buscar este nutriente a outros alimentos, por exemplo os hortícolas, sem o acréscimo de lípidos. As bolachas Maria integral revelaram-se uma má opção e toda esta informação está escrita no rótulo, é só ler. Não há desculpa, deixamo-nos enganar... 

Decisão tomada: 
- Hoje não levo bolachas, vou fazer um bolo!
E o escolhido foi este:


Bolo de cenoura, maçã e nozes:

100 g de farinha para bolos, 1 colher de chá de fermento em pó, 1 colher de chá de canela, 1 dl de azeite virgem extra, 125 g de açúcar amarelo, 2 ovos, 50 g nozes picadas, 125 g de cenoura e maçã raladas (1 cenoura pequena e 1 maçã também pequena) 

Misturar a farinha com o fermento e a canela e reservar.
Noutra taça bater bem os ovos com o açúcar e o azeite. Adicionar a mistura de farinha e misturar só até ficar homogéneo.
Acrescentar a cenoura e a maçã raladas e as nozes picadas e envolver.
Colocar o preparado numa forma sem buraco, untada de margarina e polvilhada de farinha e levar ao forno pré-aquecido a 160ºC durante cerca de 40 minutos.

Esta receita faz um bolo não muito grande mas pode dobrar os ingredientes e fica um bolo de tamanho razoável.





Se quiser a receita versão INTEGRAL é só substituir a farinha por farinha integral e adicionar mais uma colher de chá de fermento. E aqui está um bolinho cheio de fibras e sem gorduras saturadas.