segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Rotulagem II
Quando percorremos os corredores do supermercado, de lista de compras na mão, empurrando o carrinho mais ou menos cheio, os rótulos dos alimentos afiguram-se como algo muito perto do indecifrável. Em primeiro lugar não temos a manhã ou a tarde toda para gastar nas compras. Por outro lado os rótulos estão feitos para nos desviar a atenção para determinadas características dos alimentos e uma escolha sensata tem de ter em conta a composição global do alimento.

Como referi no último post os rótulos não são feitos para encontrarmos facilmente a informação que queremos mas ela está lá. 

Na lufa-lufa das compras a primeira coisa a ver, como referi anteriormente, é o prazo de validade. Se não estiver de acordo com a utilização que querem dar ao alimento não vale a pena ver mais nada. Caso contrário temos normalmente à disposição 2, 3, 4 ou até mais marcas/variedades do alimento que pretendemos adquirir.

Como escolher? A melhor forma é comparar os alimentos pela informação nutricional. A rotulagem nutricional só vai ser obrigatória a partir de 2016, no entanto há já muitos alimentos que a contêm. A informação nutricional inclui o valor energético e a composição média dos principais nutrientes por 100 ml ou 100 g de alimento. Como vem sempre por 100 g ou ml permite-nos comparar facilmente os alimentos entre si e fazer escolhas mais adequadas.

Nos alimentos que não têm rotulagem nutricional podemos sempre recorrer à lista de ingredientes, esta sim obrigatória. Os ingredientes estão sempre indicados por ordem decrescente do seu peso. É uma informação menos "comparável" mas dá-nos uma ideia dos ingredientes que estão em maior quantidade num alimento e também, muito importante, todos os ingredientes que entram na composição desse alimento incluindo aditivos.

A consulta da lista de ingredientes é especialmente importante para pessoas com alergias alimentares. As mais comuns são aos amendoins e outros frutos secos, ao leite, aos ovos e à soja.

Mesmo nos alimentos que não têm informação nutricional, se encontrarmos entre os primeiros 3 ingredientes adicionados os açúcares (que podem aparecer como sacarose, maltose, dextrose, sucrose, lactose, mel ou xarope de glucose ou frutose) são alimentos a evitar ou restringir numa alimentação saudável. São também de evitar os alimentos que contenham gorduras vegetais hidrogenadas ou parcialmente hidrogenadas.

Neste labirinto de informação é importante lembrar que não há alimentos proibídos, há sim alimentos que devem ser consumidos mais frequentemente e outros que devem ser incluídos esporadicamente na nossa alimentação. A proposta de hoje inclui-se neste último grupo mas experimentem que esta mistura estranha e pouco comum resulta na perfeição.


Folhadinhos de morcela e maçã:

Massa folhada

Recheio: 2 maçãs, 1 morcela 10 g de azeite 
Descascar as maçãs e ralar para um tachinho. Adicionar o azeite e levar ao lume mexendo frequentemente durante 5 minutos. Retirar a pele à morcela, partir em pedaços, adicionar à maçã e deixar cozinhar por mais 5 minutos mexendo frequentemente para obter uma pasta grosseira.

Esticar a massa folhada com a ajuda do rolo da massa de forma a formar um retângulo estreito. Espalhar a pasta de maçã e morcela sobre a massa folhada e enrolar. Com uma faca bem afiada cortar rolinhos, pincelar com leite e levar ao forno pré aquecido a 200ºC até dourar.

 


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Rotulagem I
Esta é a imagem da capa de um folheto de uma Campanha de Segurança Alimentar que decorreu em 1999 e que eu acho deliciosa:



Hoje, as “maçãs” têm rótulos mas não os sabemos descodificar, não compreendemos o que têm escrito ou simplesmente não os lemos. Em boa verdade, as maçãs não têm culpa nenhuma pois até são frutos bem saudáveis, já a grande maioria dos alimentos processados que consumimos deveriam ser cuidadosamente inspecionados pois há por aí algumas “bruxas más” a fazer das suas.

Quanto aos rótulos... não foram feitos para encontrarmos facilmente a informação que queremos... mas está lá. 

A primeira informação a consultar num rótulo é o prazo de validade, especialmente importante para os produtos perecíveis.

Existem duas formas possíveis de apresentar o prazo de validade dos produtos alimentares:
A data limite de consumo que é apenas utilizada para alimentos que se deterioram facilmente e que se apresenta com a expressão
"Consumir até (dia/mês)"
Os produtos não devem ser consumidos após essa data, existindo o perigo de intoxicação alimentar.

A data de durabilidade mínima aplica-se a todos os outros alimentos e pode apresentar-se como
"Consumir de preferência antes de (dia/mês" 
para alimentos com duração inferior a 3 meses ou 
"Consumir de preferência antes do fim de (mês/ano)"
para alimentos com uma duração entre 3 e 18 meses ou simplesmente a indicação do ano para alimentos com uma duração superior a 18 meses.
Não é perigoso consumir um produto após esta data, mas o alimento pode ter começado a perder o sabor e/ou a textura.

É proibida a venda de produtos alimentares cuja data limite de consumo esteja ultrapassada. Importa ainda referir que o prazo de validade é facultativo para alguns produtos alimentares como o açúcar, vinagre, sal, gelados em doses individuais, sumos e néctares de frutos, refrigerantes, entre outros. 

E porque sobre rotulagem há muito a dizer haverá "próximos capítulos".

Para o jantar de hoje tivemos:

Rolo de carne recheado:

500 g carne picada, 50 g de pão ralado, 1 dente de alho, 10 g de salsa, 1 raminho de alecrim (só as folhas), 2 ovos, 1 colher de chá de sal, pimenta q.b., 12 fatias de bacon, 6 fatias de fiambre, 6 fatias de queijo.

Numa taça misture a carne picada, o pão ralado, o dente de alho, a salsa e o alecrim bem picadinhos, os ovos, o sal e a pimenta. Misture bem amassando com as mãos. Coloque a mistura dentro de um saco de plástico para congelação e com o rolo da massa estenda o picado de carne uniformemente dentro do saco de plástico (nem suja o rolo...). Quando estiver com a forma de um retângulo com espessura uniforme, corte a parte de cima do saco de plástico em T de forma a expor a parte de cima da carne. Coloque uma camada de fiambre sobre a carne e sobre o fiambre as fatias de queijo. Enrole a carne como se fosse uma torta com a ajuda do saco de plástico. Coloque 6 fatias de bacon no fundo de uma assadeira, coloque o rolo de carne por cima e tape com as restantes fatias de bacon.
Leve ao forno pré aquecido a 200ºC durante cerca de 40 minutos regando com um pouco de água ou caldo de carne quando começar a secar. 


O rolo de carne foi acompanhado de arroz de grelos e salada de alface. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

Quando organizo as refeições da semana, a maior dificuldade que tenho é arranjar pratos de peixe que possam estar já preparados e praticamente prontos a comer à hora de almoço dos dias de semana. Esta situação acontece 2 a 3 vezes por semana, já que gosto de intercalar os pratos de carne e peixe. 


A proteína do peixe tem uma qualidade idêntica à da carne com a vantagem de ser uma proteína mais "limpa". A carne tem sempre gordura de constituição, que pode estar em maior ou menor quantidade, mas que é sempre de evitar porque é sobretudo gordura saturada. Já o peixe, além de ter menos gordura, é uma gordura de boa qualidade rica em ácidos gordos essenciais, nomeadamente ácidos gordos ómega 3, importantes para a saúde cardiovascular. 

A sugestão de hoje baseia-se num peixe gordo (cheio de ácidos gordos ómega 3) muito apreciado entre nós e que é muito prático de confecionar porque podemos tê-lo sempre disponível dentro de uma latinha bem fechada sem problemas de conservação. Qual é coisa qual é ela? O atum, é claro.


Canelonis de atum: 

18 canelonis
100 g de queijo mozarella ralado e/ou pão ralado

Recheio: 3 ovos cozidos, 2 cebolas médias, 3 dentes de alho, 1/2 pimento verde ou vermelho, 200 g polpa de tomate, 3 latas de atum em azeite

Molho bechamel: 400 g de leite, 300 g de água, 60 g de farinha, 40 g azeite, sal, pimenta e noz-moscada q.b.

Recheio:
Picar os ovos cozidos na picadora ou Bimby (4 seg/vel 5). Reservar.
Picar as cebolas, o pimento e os alhos na picadora ou Bimby (6 seg/vel 5). Colocar num tacho, adicionar a polpa de tomate e o azeite escorrido das latas de atum. Deixar cozinhar durante 5 minutos. Na Bimby programar  7 min/100ºC/vel 1.
Junte o atum e os ovos picados, mexa bem e deixe cozinhar durante mais 5 minutos, desfazendo o atum com a colher. Na Bimby programar 5 min/100ºC/vel 1. Durante este tempo aumentar a velocidade para 3 durante alguns segundos para misturar melhor.  
Deixar arrefecer, colocar num saco de plástico de congelação, cortar um dos cantos inferiores do saco e encher os canelonis utilizando o saco como uma manga pasteleira. Colocar os canelonis num tabuleiro de ir ao forno untado de azeite no fundo. 

Alternativa: Em vez de canelonis pode fazer lasanha utilizando placas de massa para lasanha (gosto mais de usar as frescas). Neste caso basta colocar placas de lasanha no fundo do tabuleiro de ir ao forno, colocar uma camada de recheio, tapar com placas de massa e assim sucessivamente terminando com massa. Também pode utilizar as placas de lasanha fresca para fazer canelonis, cortando as placas ao meio, colocando o recheio no centro e enrolando como os canelonis.  

Molho bechamel:
Colocar o azeite a aquecer num tacho adicionar a farinha e logo que começar a engrossar adicionar a pouco e pouco primeiro a água e por fim o leite mexendo sempre. Temperar com sal, pimenta e noz moscada a gosto e deixar ferver um pouco para que a farinha cozinhe por completo. Na Bimby colocar todos os ingredientes para o molho bechamel no copo e programar 8 min/90ºC/vel 4.

Colocar o molho sobre os canelonis ou lasanha, colocar o queijo ralado por cima ou pão ralado ou ambos. Levar ao forno pré aquecido a 180ºC durante cerca de 30 minutos até estar douradinho.

Como não tinha tempo para deixar arrefecer o recheio, desta vez fiz lasanha.
 

Para acompanhar, além de uma salada mista ou legumes estufados, deixo uma canção intemporal que gosto muito.
 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Já depois de ter publicado o último post encontrei esta publicação no sítio da Associação Portuguesa dos Nutricionistas:

 

Deêm uma olhadela que vale a pena.

Cá por casa, há sempre pãezinhos integrais congelados 15 minutos fora do congelador é suficiente para permitir fazer as sanduiches e até à hora do lanche da manhã acabam de descongelar e ficam ótimos. As sanduiches preferidas para o lanche da manhã são as de tomate e queijo tipo flamengo. A fruta é geralmente maçã cortada em quartos, descascada e colocada num saquinho pequeno (daqueles que se vendem em rolo para sanduiches) bem fechadinho para não deixar muito ar e a maçã não oxidar. A garrafinha de água vai sempre e o pacotinho de leite branco vai e volta muitas vezes. Não insisto muito com o leite porque o pequeno almoço já tem leite, a sanduiche do lanche da manhã também tem queijo e o lanche da tarde também inclui laticínios.

O lanche da tarde  é mais variado. Pode ter leite ou iogurte, pão ou bolachas, por vezes bôla ou um bolo caseiro.
Com o fim de semana à porta sugiro um lanche de panquecas. Acabadinhas de fazer, cobertas com molho de chocolate, compota ou lemon curd e acompanhadas com um chá ou um chocolate quente são o lanche ideal para uma tarde fria de Janeiro.

Mistura para panquecas:
Misturar muito bem numa taça 600 g de farinha de trigo, 3 colh. sopa de fermento em pó, 2 colh. sopa de bicarbonato de sódio, 1 colh. chá de sal e 40 g de açúcar baunilhado. Guardar esta mistura num frasco hermético.

Panquecas:
150 g de mistura para panquecas, 1 ovo, 250 ml de leite, 1 colh. sopa de manteiga
Misture bem todos os ingredientes até obter uma massa lisa. Aqueça uma frigideira antiaderente (sem gordura) e deite 2 colh. sopa de massa para formar cada panqueca. Assim que começarem a aparecer bolhas à superfície da massa, vire-as e deixe cozer mais um pouco. Se a frigideira for grande pode fazer mais do que uma panqueca de cada vez. Cada panqueca tem cerca de 8 cm de diâmetro. Dá para cerca de 15 panquecas.
Sirva as panquecas ainda quentes com molho de chocolate, compota ou lemon curd.

Se não quiser preparar mistura de panquecas para usar posteriormente, use 1/4 dos ingredientes indicados e siga a receita das panquecas.

Lemon curd:
6 limões, 6 ovos, 120 g manteiga sem sal, 450 g de açúcar
Lave bem os limões. Num tachinho coloque o açúcar o sumo dos limões e a raspa de dois limões. Leve ao lume até dissolver tudo muito bem.
Entretanto bata os ovos com uma vara de arames. Retire a mistura de limão e açúcar do lume, deixe arrefecer um pouco e adicione os ovos batidos sem parar de mexer. Leve novamente a lume brando, mexendo sempre, até a mistura ferver e engrossar.
Retire do lume adicione a manteiga e mexa até estar toda envolvida. Distribua por frasquinhos e volte-os com a tampa para baixo durante pelo menos 30 minutos. Guarde no frigorífico.

As panquecas comeram-se tão rapidamente que não consegui tirar uma fotografia. Enviem-me fotos das vossas. Deixo aqui uma etiqueta bonita para colarem no frasco da Mistura para panquecas.